Suplementação de óleos e gorduras para a estética

Do ponto de vista fisiológico e clínico, os lipídeos biologicamente mais relevantes são os fosfolipídeos, o colesterol, os triglicérides (TG) e os ácidos graxos (AG). Os fosfolipídios formam a estrutura básica das membranas celulares; o colesterol é precursor dos hormônios estereoidais, ácidos biliares e da vitamina D, além de constituir a membrana atuando na sua fluidez e ativação das enzimas; os ácidos graxos podem ser classificados como saturados, mono ou poli-insaturados. Sendo que o ácido oleico é o mais frequente dos monoinsaturados, e os mais descritos dos poli-insaturados são: ômega-3 (eicosapentaenoico - EPA, docosa-hexaenoico - DHA e alfalinolênico - ALA) e ômega-6 (linoleico).

Esses óleos e gorduras estão sendo cada vez mais utilizados na estética devido à sua relação com a melhora no perfil lipídico tanto em níveis séricos quanto na composição corporal, bem como benefícios cutâneos na prevenção e/ou tratamento de acnes, no aumento da hidratação e na prevenção de rugas. Entre eles podemos destacar o óleo de cártamo, óleo de prímula e os ômegas-3 e 6, por exemplo.

Ômega-3:

É um ácido graxo poli-insaturado encontrado particularmente em peixes de água fria, animais marinhos e em sementes de linhaça. Tem poder anti-inflamatório e possível ação na redução do peso corpóreo, relacionada com a apoptose dos adipócitos e supressão no apetite, sucedidos pelo aumento na atividade da leptina. Também, participa da alteração na expressão de genes envolvidos na regulação do metabolismo lipídico em alguns tecidos, com isso, promovendo a redução do peso corporal e da gordura total.

Relação Ômega-6/Ômega-3:

O ômega-6 é um ácido graxo poli-insaturado encontrado com maior facilidade na dieta, presente nos óleos vegetais como azeite, óleo de canola, girassol, milho, assim como na soja, nas nozes e no gergelim. Seu consumo deve ser relacionado proporcionalmente ao consumo de ômega-3. Segundo a Organização Mundial da Saúde (1995), a relação ideal é de 5:1 a 10:1, pois possibilita maior conversão de ALA em EPA e DHA, e o excesso de ômega-6 reduz o metabolismo de ômega-3, levando a um deficit de seus metabólitos.

Óleo de Cártamo:

Seu nome comum é açafrão-bastardo ou falso-açafrão, o óleo é extraído das sementes de uma planta pertencente à família das Asteraceae e contém ácidos graxos do tipo mono e poli-insaturados, principalmente compostos pelos ácidos oleico e linoleico. A suplementação desse óleo pode interferir na diferenciação dos adipócitos, dessa forma, reduzindo a lipogênese e aumentando a lipólise. Além disso, ele pode acelerar a produção do hormônio adipocina, que otimiza a capacidade de queimar gorduras dietéticas. Também, tem importante papel na modulação do metabolismo da glicose, dos lipídios e tecidos sensíveis à insulina, bem como na diminuição da ingestão alimentar em razão do aumento da sensação de saciedade.

Óleo de Prímula:

É extraído por prensagem a frio das sementes de Oenothera biennis e apresenta como principal componente lipídico o ácido gamalinolênico, possui propriedades para uso em medicina, em especial, na dermatologia. Sua suplementação está relacionada com a possibilidade de resultar em significativos benefícios à hidratação cutânea, diminuindo a perda de água transepidérmica, bem como contribui para manter as propriedades biomecânicas da pele: elasticidade, firmeza e rugosidade. Ainda, auxilia no tratamento de doenças inflamatórias da pele, como eczema atópico, psoríase e pele xerótica.

Referencia:

XAVIER, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol, São Paulo, v. 101, n. 4, p. 1-20, out. 2013.

SCHULZE, B. N. et al. Efeito da Suplementação de Óleo de Cártamo sobre o Perfil Antropométrico e Lipídico de Mulheres com Excesso de Peso Praticantes de Exercício Físico. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, Blumenau, v. 18, n. 4, p. 89-96, 2014.

PUJOL, A. P. Nutrição Aplicada a Estética. Rio de Janeiro: Rubio, 2011.

ANUNCIATO, T. P. Nutricosméticos. 2011. 101f. Dissertação (Mestrado em Farmácia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

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