Colágeno: características químicas e estruturais
- almofariz
- 19 de abr. de 2016
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O termo “colágeno” deriva das palavras gregas Kolla (cola) e Genno (produção) e é utilizado para denominar uma família de pelo menos 27 isoformas de proteínas, geneticamente diferentes, cuja principal função é estrutural, sendo considerada a maior classe de proteína fibrosa insolúvel e encontrada na matriz extracelular e nos tecidos conectivos.
O colágeno é formado por aminoácidos como glicina, prolina e lisina. No entanto, para que haja a síntese de colágeno, é necessário ascorbato, ferro e outros cofatores, como a glutamina e arginina. Cada molécula de colágeno é um bastão pequeno e rígido formado pelo entrelaçamento em tríplice hélice de três cadeias polipeptídicas chamadas cadeias alfa. Essa estrutura proteica justifica as propriedades físicas e biológicas dos colágenos: rigidez, solidez e estabilidade.
O colágeno ganhou espaço nos últimos tempos em razão das suas inúmeras aplicações. Estética e cosmética foram as áreas em que mais teve destaque devido às suas atividades reparadoras dos tecidos cutâneos. Sabe-se que, gradualmente, ao longo da vida, ocorrem importantes modificações no aparelho colágeno-elástico, assim, afetando a espessura da pele e suas propriedades viscoelásticas. Com o envelhecimento, o organismo reduz sua capacidade de sintetizar o colágeno, tornando mais suscetível o aparecimento das rugas, além disso, também, pode ocorrer rigidez muscular.
No entanto, além da sua função na pele, o colágeno, ainda, atua de maneira importante na integridade dos cabelos e das unhas, formando uma matriz na qual os minerais se fixam para deixá-los fortes, resistentes e uniformes, também, na prevenção da artrite e artrose, inclusive, auxiliando a refazer a impermeabilidade da parede do intestino ocasionada por processos inflamatórios (recupera a estrutura da parede intestinal).
Os tipos de colágeno variam em diâmetro, composição de aminoácidos, comprimento, estrutura molecular, concentração e localização nos diversos tecidos. Dentre eles, destacamos três tipos, são eles:
- Tipo I: é o tipo mais comum, são encontrados em locais que resistem a grandes tensões, como, por exemplo, nos tendões, derme da pele, nos ossos e até mesmo na córnea. Este tipo forma fibras e feixes de colágeno.
- Tipo II: esse tipo de colágeno é encontrado em locais que resistem a grandes pressões, cartilagem elástica e hialina, discos intervertebrais e nos olhos. Sua síntese ocorre nos condroblastos. Morfologicamente, não é possível distinguir do colágeno Tipo I.
- Tipo III: em numerosa quantidade no tecido conjuntivo frouxo, é encontrado na artéria aorta do coração, nos pulmões, nos músculos dos intestinos, fígado, no útero. Constitui as fibras reticulares.
Alguns alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais podem auxiliar na formação do colágeno e também na reestruturação dos tecidos. Como exemplo: acerola, abacaxi, folhosos verde-escuros, fontes de vitamina C.
Referências
SILVA, T. F.; PENNA; A. L. B. Colágeno: características químicas e propriedades funcionais. Rev. Inst. Adolfo Lutz, São Paulo, v. 71, n. 3, p. 530-539, 2012.
GONÇALVES, G. R. et al. Benefícios da ingestão de colágeno para o organismo humano. REB, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 190-207, 2015.
PRESTES, R. C. et al. Caracterização da fibra de colágeno, gelatina e colágeno hidrolisado. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v. 15, n. 4, p. 375-382, 2013.
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PUJOL, A. P. Alimentação no pré e no pós operatório de cirurgia estética. In: PUJOL, A. P. Nutrição aplicada à estética. Rio de Janeiro: Rubio, 2011. Cap. 19. P. 253-264.
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